André Fran: Como eu construí uma comunidade de apoiadores para o meu canal do YouTube

Que o YouTube tem sido uma alavanca para a criação de novos fazeres, novas carreiras e oportunidades, disso a gente não tem dúvida.

Muitas mentes criativas encontraram nessa plataforma um espaço para expor sua opinião, conhecimento e experiência sobre diversos assuntos, e ainda fazer dinheiro com isso.

Acontece que há um longo caminho até que você consiga de fato viver do que ama, produzindo conteúdo para o Youtube, principalmente se você estiver considerando o Programa de Parcerias da plataforma.

E esse é um dos motivos que milhares de Youtubers e Produtores(as) de Conteúdo têm optado pelo Financiamento Coletivo como uma forma mais fácil, rápida e sustentável para a remuneração de seus canais.

São diversos benefícios em monetizar o seu projeto através de uma plataforma de financiamento coletivo e um deles é a comunidade próxima que você cria em torno do seu trabalho.

Para falar um pouco mais sobre isso e compartilhar a sua estratégia muito bem sucedida dentro da APOIA.se, convidamos para participar do APOIA.se Talks e bater um papo com a gente o diretor, apresentador e escritor, André Fran.

Isso mesmo, o apresentador do "Não Conta lá em Casa" (Multishow), "Que Mundo é Esse" (Globo News), entre outros.⠀

O História nos Stories é o primeiro projeto independente do André fora da TV,  e foi através do Financiamento Coletivo da APOIA.se que ele decidiu monetizar o seu canal no Youtube, criando uma comunidade apoiadora ativa em torno desse projeto.

Ele percebeu que para conquistar e engajar seus apoiadores (principalmente os de maior valor) era importante fazer com que essa rede de pessoas participasse ativamente do processo criativo do seu canal.

Mas isso ele vai te contar com mais detalhes aqui abaixo.

Se você quiser conferir a entrevista completa por vídeo, fique à vontade.

Por aqui demos uma enxugadinha para que a leitura fosse mais rápida e dinâmica pra você.

1. Conta pra gente um pouco da sua história e do seu projeto da APOIA.se, o História nos Stories?

Sempre trabalhei na TV e, desde lá, sempre foram programas de viagem a destinos a inusitados, polêmicos, passando por situações complicadas.

E sempre com a produtora, fazendo coisas para televisão principalmente, mas sempre bebendo muito das referências e da linguagem na internet, até para criar um produto mais original.

Eu nunca tinha feito nada para a internet, para o público na internet, que é tudo diferente, tem outra narrativa, formato, é outro tipo de ideia.

Aí agora nessa pandemia, como se já não tivesse coisa para fazer, como o home office, dividindo com a esposa a filha dentro de casa e os trabalhos da produtora eu resolvi criar o canal do YouTube.

E para não ficar aquela coisa solta né, vou fazer aqui, depois eu faço ali, eu pensei:

Eu tenho que fazer alguma coisa para me comprometer com isso.

Então eu criei a campanha de financiamento coletivo na APOIA.se, para a galera participar da produção e do making off do meu canal do YouTube.

2. Você fala bastante sobre Infotainment. Pode contar um pouquinho o que significa e como você aplica isso ao seu canal?

Infotenimento é a união da informação com entretenimento, e é algo que sempre esteve presente nas produções que eu faço.

Porque como eu trato de temas como política, história e culturas diferentes, sempre são temas complexos e que, através do entretenimento, eu tento traduzir eles de forma mais acessível e dinâmica.

Eu pego os temas que estão aí rolando mundo afora, relaciono com a experiência que tive viajando e produzindo conteúdo jornalístico ao longo desses anos de carreira e tento apresentar nessa linguagem mais dinâmica e moderna, cheia de artes e tudo mais do YouTube. Tem sido bem bacana.

3. Como surgiu a ideia do financiamento coletivo como forma de viabilizar o seu trabalho no Youtube?

Acho que a primeira coisa, é para ideia não ficar no ar.

Quando você cria um Crowdfunding, ele meio que te obriga a tornar real a sua ideia.

Ainda mais eu, que tive ideia de fazer do apoio da galera a participação do making off de todo o projeto, dos bastidores da coisa.

Então além de toda a troca com a comunidade, do brainstorming e tudo mais, essas pessoas que apoiam se tornaram parte do processo criativo dos vídeos que vão para o canal.

4. Conta um pouco mais sobre como você pensou nessas suas recompensas para os apoios?

A minha ideia foi fazer os apoiadores participarem desse processo criativo. Eu pensei:

Quanto mais a pessoa tem interesse e condições de um apoio maior, participa demais profundamente do processo criativo do canal.
  • Nas primeiras faixas de apoio, a pessoa participa do nosso grupo de WhatsApp, onde a gente troca ideia, troca referências, pensa nos próximos temas, títulos e tudo mais.
  • Uma categoria de apoio um pouco mais avançada  a pessoa já tem acesso a produção de roteiro, ao esqueleto da ideia.
  • E no top de linha, no apoio principal a pessoa participa das nossas reuniões por Zoom. A gente avalia junto como todo o processo se desenvolveu, debate os temas mais a fundo, analisa também as métricas daquele vídeo, como é que ele se comportou, se teve sucesso e porquê. Ou seja, a comunidade é cada vez mais parte integrante da produção do canal, de acordo com seu interesse e valor de apoio.

5. Qual foi o seu maior aprendizado rodando a sua campanha até agora?

Acho que foi entender esse conceito de “comunidade”.

De como uma campanha de financiamento coletivo é muito mais do que você ter uma participação ou financiador para a sua ideia.

E sim alguém apostando e dando uma chancela de acreditar naquilo que você  está fazendo.

É muito mais estimulante e empolgante você ver o quanto a galera está engajada na sua sua ideia, naquela ideia que você teve e inicialmente nem sabia como viabilizar.

A galera não só torna isso possível, mas se torna parte desse sonho junto com você e isso é muito legal.

6. Qual o maior erro que você acredita que cometeu na sua campanha de financiamento coletivo?

O maior erro foi me desesperar e não entender essa coisa de comunidade, e achar que era algo que tinha que rolar de início.

E fazer uma comunidade é um processo gradual e orgânico.

Você vai mostrando o que está fazendo, mais pessoas vão conhecendo, o boca-a-boca vai se espalhando e você, de forma gradual e mais estável, vai crescendo essa comunidade, esse movimento em torno do seu projeto.

7. Qual o acerto que você teve e daria como conselho a alguém que pretende utilizar o financiamento coletivo como forma de monetizar o seu canal?

O  maior acerto eu acho que foi tornar as recompensas parte do processo criativo do meu canal no Youtube e participativo junto com a comunidade.

Isso é algo que torna eles cada vez mais parte do projeto junto comigo e cada vez mais parte da comunidade consequentemente.

Outra coisa que mostra muito essa evolução do meu entendimento e desenvolvimento não só do meu canal, mas da campanha na APOIA.se é que no início e eu falava assim:

Pessoal venha apoiar o canal.

E hoje em dia eu não falo mais isso, eu meio que mudei essa abordagem, conforme eu fui entendendo como a coisa se desenvolveu e como é que a galera queria ter esse retorno. Aí eu comecei a falar:

Vem fazer parte da nossa comunidade.

Não é simplesmente você apoiar financeiramente para uma ideia sair do papel, é muito mais do que isso, é você participar junto comigo de um movimento que você acredita, de alguma coisa que você tenha interesse, de algo que você entende que pode fazer uma diferençae a gente se juntar em torno dessa ideia.


E aí criativo(a), curtiu essa entrevista?

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