Creative Burnout: o que é e como você pode se prevenir

A Síndrome de Burnout foi incluída a partir de janeiro de 2022 na Classificação Internacional de Doenças (CID 11) pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Ela se desenvolve a partir do estresse no trabalho, que ocorre de maneira crônica e provoca um estado de esgotamento profissional em que a pessoa tem a sensação de que as energias física e mental foram drenadas.

Este estado de esgotamento pode aparecer com sintomas adicionais como ansiedade, enxaqueca, diminuição da produtividade, alterações de apetite, distanciamento pessoal, e por aí vai (porque a lista é longa…).

Este adoecimento por excesso de trabalho afeta 30% dos trabalhadores brasileiros, e uma das ramificações da síndrome é descrita pelo termo Creative Burnout ou Burnout Criativo. E não é à toa que creators ganharam uma seção dedicada especialmente a eles(as).

A pressão pela criação e entrega de conteúdo, principalmente pelas redes sociais, segue cada vez mais implacável, além da valorização do ‘multitasking’ e do trabalho excessivo, que pode facilmente se transformar em uma armadilha para aceitarmos mais responsabilidades do que podemos administrar.

Estas e outras peculiaridades do trabalho que envolve criação de conteúdo contribuem para o desenvolvimento da síndrome, pois gera sobrecarga de ansiedade e estresse relacionados ao trabalho.

Grande parte das campanhas de Financiamento Coletivo ou Crowdfunding são realizadas por creators, que além de serem os responsáveis pela entrega de conteúdos, também são punidos pelos algoritmos das redes sociais, que demandam uma presença ativa e compartilhamentos frequentes para garantir uma boa entrega do conteúdo e o engajamento da comunidade apoiadora.

A partir destas informações já dá para entender o motivo para os creators se manterem atentos para não cair nas armadilhas do Burnout Critativo!

E para ajudar na prevenção desta síndrome de esgotamento, trouxemos algumas dicas importantes para você implementar na rotina e aliviar o estresse do trabalho e da demanda enlouquecedora por conteúdo e entregas:

1. Estabeleça seus limites!

Para isso, primeiramente, você precisa descobrir o quanto de recursos (tempo, energia e motivação) você dispõe. Em geral, nós não pensamos sobre este autogerenciamento e acabamos nos comprometendo com mais coisas do que podemos dar conta.

Lembre-se: tempo de planejamento e de foco são as ferramentas mais importantes para uma pessoa que trabalha com criatividade. (Existem diversos apps que podem te auxiliar nessa delimitação de tempo e foco.)

2. Aprender a dizer não para trabalhos que sugam a sua criatividade

Aprender a dizer não é uma tarefa bastante desafiadora e nem sempre temos a possibilidade de escolher qual trabalho aceitar, mas, sempre que for possível, avalie o quanto vale a pena se comprometer com algo que não te estimula criativamente ou que não seja motivador para você.

3. Invista em atividades não relacionadas ao trabalho ou às redes sociais

Preencha seu tempo com atividades longe das telas. Hora de colocar em prática aquele plano de aprender a andar de skate ou experimentar um hobbie diferente por semana para descobrir qual você mais gosta. Deixe para pensar no seu trabalho no horário que você estipulou para dar conta dele. ;)

4. Seja gentil consigo mesmo <3

Essa provavelmente é uma das dicas mais importantes. Parece simples, mas não é tão fácil assim. Tente perceber como você se trata. Que tipo de cobranças você tem se imposto? Estas cobranças são realistas? Você cobraria um(a) amigo(a) da mesma forma ou com a mesma rigidez com que você se cobra?

Experimente esse exercício de autopercepção. Se aquela vozinha que está dentro da sua cabeça estiver contra você, comece a tentar questioná-la! (Ah, vale a pena pedir ajuda  profissional nesse processo.)

5. Peça ajuda!

Procurar ajuda de um(a) psicoterapeuta para te acompanhar e ajudar a lidar, principalmente, com as relações de trabalho. Isso não é sinal de que você falhou, mas sim um sinal de que decidiu se priorizar e se manter saudável!

Hoje o acesso à psicoterapia já está mais disseminado e as clínicas-escolas e os atendimentos por meio SUS via CAPS são opções gratuitas e/ou de baixo custo para quem não pode pagar pelo serviço.

Cuide-se!