Em 3 passos: descubra como ganhar dinheiro com ilustração
É difícil encontrar alguém que não considere a capacidade de criar boas ilustrações uma característica incrível, mas, quando pensamos em como ganhar dinheiro com ilustração, a conversa parece um pouco mais complicada.
Porém, se você ilustra e está buscando formas de monetizar seu trabalho, saiba que existem estratégias para ganhar dinheiro com ilustração.
Quem desenha bem e tem boas ideias encontra uma diversidade de áreas de atuação e de formatos de trabalho. Você pode criar charges e buscar parcerias com veículos de comunicação ou apoios para financiar seu trabalho de forma independente.
Um exemplo é o trabalho de Jota Camelo, que publica charges políticas, gratuitamente, nas redes sociais e conta com o apoio financeiro de uma comunidade de pessoas que acreditam na mesma causa que ele.
Você também pode ser quadrinista, ilustrar histórias escritas por parceiros(as) ou criar as próprias histórias em quadrinhos, como a Helô D'Angelo, que publica HQs em sua página do Instagram e, durante a pandemia, inspirada em seus vizinhos, começou uma série chamada Isolamento, que virou livro em 2021.
Além de quadrinista, ela também cria charges e desenvolve ilustrações para capas de podcasts e outros produtos. Ilustrar sob encomenda é outra forma de ganhar dinheiro com ilustração. Você pode ilustrar livros, sites, rótulos de produtos, assim como desenhar representações de pessoas, de personagens e de animais a pedido de clientes particulares.
A personalização de produtos de vestuário e de materiais de papelaria também é uma estratégia bastante utilizada para ganhar dinheiro com ilustração. As artistas Cruella e Mariana Flores utilizam esse recurso em alguns de seus trabalhos, elas criam ilustrações para planners, wallpapers, adesivos, entre outros.
Mas não basta criar materiais diversos e de qualidade para ganhar dinheiro com ilustração, você precisa chegar até as pessoas interessadas, sejam empresas e editoras, sejam pessoas físicas.
Para isso, listamos três passos importantes para que seu trabalho atinja o público.
3 passos para ganhar dinheiro com ilustração
1. Organize e divulgue seu portfólio
O segundo e o terceiro passo não requerem uma ordem específica de execução, mas organizar e divulgar seu portfólio é um passo obrigatório e deve ser o primeiro.
A única forma de alguém se interessar em contratar seu trabalho é conhecendo suas ilustrações. É preciso mostrar que você tem um traço interessante e é capaz de produzir imagens de qualidade.
Para isso, você precisa manter um portfólio organizado com os trabalhos dos quais mais se orgulha de ter realizado, aqueles que demonstram que você é bom(a) no que faz e que deixarão qualquer pessoa segura em contratá-lo(a).
Além de organizado, o portfólio deve estar acessível ao público. Você pode postar as ilustrações nas redes sociais — como fazem a Cruella, a Helô D'Angelo, o Jota Camelo e a Mariana Flores — ou colocá-las em sites específicos para portfólios, como o Behance. O importante é ser possível encontrar o seu trabalho na internet.
Para atingir resultados melhores, claro, o ideal é divulgar suas ilustrações: contar para os(as) amigos(as), produzir material para as redes sociais, enviar o link do portfólio para quem você imagina que possa se interessar, entre outras ações de divulgação.
2. Venda ilustrações em sites
Existem sites para vendas de produtos em geral em que você pode ofertar seu trabalho e ganhar dinheiro com ilustração ao vender seus desenhos ou produtos personalizados com seu traço. Você cria uma loja dentro das plataformas e administra as vendas. Algumas delas são a Elo 7, a Zazzle e a Shopee.
Há, ainda, sites especializados em vendas de imagens, como a Shutterstock, em que você pode enviar suas ilustrações e receber um valor em dinheiro sempre que usuários da plataforma baixarem sua imagem. Para tornar-se colaborador(a) da Shutterstock, é preciso enviar seu trabalho e aguardar a aprovação da plataforma.
Outra possibilidade para ganhar dinheiro com ilustração é cadastrar-se em sites para freelancers. São sites que possibilitam o contato entre contratantes e profissionais para a realização de tarefas relacionadas a diversas áreas de atuação.
Há opções internacionais, como o Freelancer, e nacionais, como o 99freelas; ambos oferecem a possibilidade de cadastro gratuito e cobram comissões pelo serviço. Vale conferir qual corresponde melhor ao seu perfil e oferece transações financeiras mais confortáveis para você.
3. Financiamento Coletivo
Uma estratégia para ganhar dinheiro com ilustração que tem bons resultados é o financiamento coletivo contínuo, também conhecido como crowdfunding. A modalidade funciona como um clube de assinaturas: diversas pessoas apoiam seu trabalho mensalmente em troca de recompensas elaboradas por você.
O financiamento coletivo contínuo é uma maneira de financiar seu trabalho todo mês, de forma que você possa seguir com a produção das ilustrações, quadrinhos ou charges. Você estabelece metas, as pessoas contribuem com valores diversos e, em contrapartida, recebem as recompensas.
A Mariana Flores criou a campanha Clube Flores Petalum, na APOIA.se, e recebe mais de três mil reais mensais por seu trabalho de ilustradora. Ele reúne cerca de 80 apoiadores(as), que pagam entre dois e setenta reais por mês. A campanha de financiamento coletivo contínuo já atingiu mais de 90% da meta.
As recompensas variam entre materiais virtuais e impressos, produtos simples e complexos, por exemplo: templates para Instagram, wallpaper para celular, blocos de anotações, adesivos, descontos na loja virtual, videochamada mensal, entre outros.
Já Cruella arrecada mais que o dobro da meta estipulada em sua campanha de financiamento coletivo. Com quase 160 apoios, ela recebe cerca de R$4800 mensais. A ilustradora escolhe um tema a cada mês e produz as recompensas baseadas nele. Depois, libera os desenhos em versão digital ou envia a versão impressa para as pessoas que participam do Clube de Assinaturas da Cruella.
Entre as recompensas oferecidas, estão combinações de diversos materiais gráficos. A de menor valor, que corresponde ao apoio de cinco reais, são wallpapers para celular e computador. A de maior valor corresponde ao apoio de 65 reais e reúne todos os itens das demais: adesivos, post-it, bloco de anotações, desenho para colorir, planejador e muito mais.
Outras 120 pessoas, aproximadamente, apoiam a campanha Jota Camelo Charges. O crowdfunding contínuo já atingiu a marca de 72% da meta e arrecada mais de dois mil reais mensais em troca de recompensas.
Algumas recompensas são quase simbólicas, como o envio de e-mail avisando sobre a publicação de uma nova charge, cujo apoio correspondente é de cinco reais. Outras vão desde a participação em grupo exclusivo no Facebook, até a produção de uma caricatura personalizada e a menção de nome como patrocinador em charge. A de valor mais alto, R$513, dá direito a encontro com o chargista para conversar pessoalmente.
Ele deixa claro, na campanha, quais seus objetivos: o principal é a produção de charges posicionadas politicamente para serem veiculadas de forma gratuita em redes sociais, em blogs de esquerda e em jornais sindicais. Logo em seguida, vem o objetivo de tornar a criação de charges sua principal atividade profissional e a publicação de um livro reunindo todo seu trabalho.
A Helô D'Angelo também utiliza a APOIA.se para poder dedicar-se por mais tempo à sua arte e poder criar conteúdo gratuito. Ela já atingiu em torno de 60% da meta de sua campanha de financiamento coletivo contínuo, o equivalente a cerca de R$1200.
Mas a campanha Apoie a arte de Helô D'Angelo faz algo inusitado em relação às recompensas: ela oferece uma opção para qualquer valor de apoio, partindo de um real. A recompensa é o acesso a uma página exclusiva no Instagram, com vídeos de processo de trabalho, lives e promoções, e o envio de newsletter mensal com novidades, além de um presentinho digital. Helô D'Angelo tem cerca de 150 apoiadores(as).
Para que você conheça ainda mais o financiamento coletivo contínuo e comece a planejar um clube de assinaturas para ganhar dinheiro com ilustração, acesse, gratuitamente, o Guia do Financiamento Coletivo Contínuo.