Quais são as fontes de captação de recursos que a maioria dos projetos sociais usa

ONGs 1 de Set de 2021

Trabalhar para o terceiro setor não é fácil. A administração financeira requer certos cuidados e investimentos. Dessa forma, realizar a captação de recursos para projetos sociais exige certa cautela.

Uma delas está relacionada diretamente com o projeto social, ou seja, embora exista mais de uma fonte de captação, é preciso entender qual é a que mais se encaixa para a instituição no momento.

Atualmente, o Brasil trabalha com três iniciativas financeiras para o terceiro setor: geração de renda, privado ou público. Veja como captar recursos financeiros para uma ONG.

Principais fontes de captação de recursos para projetos sociais

Captação de recursos por meio da geração de renda

A captação por meio da geração de renda é uma fonte menos conhecida de recursos para o terceiro setor, mas tem feito a diferença para muitas organizações. Os valores são captados a partir de uma atividade econômica da instituição. Entram nesse quesito as seguintes modalidades:

Licenciamento - A organização seleciona empresas para vender produtos com sua imagem, realizando o pagamento em forma de royalties.

Aluguéis - Caso a instituição possua imóveis alugados para inquilinos, essa pode ser uma excelente fonte de renda para captação de recursos para projetos sociais.

Eventos - Os eventos que visam arrecadação para projetos sociais não existem somente em filmes e séries de TV. É totalmente possível que a sua instituição organize eventos em prol da causa, doando 100% da arrecadação dos ingressos para o projeto social.

Produtos - Produtos realizados pela própria instituição também podem ser comercializados com o intuito de arrecadação para a causa de destaque. Essa venda também pode se dar por meio de doações de materiais com o objetivo de revenda.  

Serviços - Consultorias e outros atendimentos para a comunidade também podem ser aproveitados como um investimento para os projetos incentivados pela ONG.

Fundos patrimoniais - Caso a organização já possua recursos financeiros próprios guardados, é possível realizar investimentos em fundos patrimoniais e aproveitar o rendimento para auxiliar nos gastos dos projetos incentivados.

Os fundos patrimoniais tem como objetivo gerar mais recursos e tornar a atuação da organização mais sustentável e sem medo de dívidas.  

Marketing de causa - Campanhas elaboradas pela organização em parceria com empresas pode gerar retornos financeiros significativos. A instituição concede sua imagem e propósito para uma divulgação ampla.

Note que a geração de renda é mais adequada para organizações que já estejam ativas há muitos anos e tenham uma estrutura de grande porte.

Captação de recursos por meios privados

A iniciativa privada já é bastante conhecida no terceiro setor. Isso se deve ao fato de que as empresas começaram a ver cada vez mais vantagem em realizar doações para projetos sociais. A cultura da filantropia já é levada a sério por muitos empresários.

Em matéria publicada pela Forbes em fevereiro de 2020, a revista chama a atenção para a iniciativa de grandes empresas brasileiras estarem investindo mais em doações. Esse tipo de apoio acabou se tornando uma das principais fontes de captação de recursos para projetos sociais.

O grupo Ancar Ivahoe, por exemplo –– que possui 26 shopping centers sob administração ––, tem uma meta de impactar 1 milhão de jovens através do projeto Bem Ancar.

Muitas dessas empresas chegam ao terceiro setor por meio de editais privados lançados diretamente por elas. O objetivo é selecionar as causas que mais combinam com os valores da empresa e destinar a ajuda, que por sua vez é transformada em impacto social positivo para as marcas.

Esse modelo de captação de recursos para projetos sociais pode ser interessante para quem atende uma instituição sem fins lucrativos que seja direcionada para um tema social bastante específico.

Entender como buscar recursos para projetos sociais por meio de incentivos públicos pode ser um grande passo na conquista de novos patrocinadores.

Captação de recursos por meios públicos

Embora não dependa diretamente de governos para sobreviver, o terceiro setor tem como buscar recursos para projetos sociais a partir de programas de fomento. Assim como ocorre no exemplo dos editais lançados pelas empresas, a administração pública se dedica a isso por meio das Leis de Incentivo.

Por se tratar de um incentivo, essas legislações atuam, muitas vezes, em um modelo de dedução fiscal: o governo renuncia a uma porcentagem do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Pessoa Física que  destina o valor para o projeto escolhido.

Dependendo da Lei de Incentivo em que o projeto social está inserido, o abatimento pode ocorrer diretamente no momento da declaração do tributo pela empresa ou pessoa em questão.

No entanto, saiba que o processo do edital pode ser um pouco lento e bastante burocrático. O projeto ainda pode passar por uma banca avaliadora para ser realmente aceito e começar a receber o apoio.

Além disso, depois de receber os recursos e realizar os projetos, os responsáveis ficam comprometidos com um longo e burocrático processo de prestação de contas, até que sejam aprovadas pelos órgãos responsáveis.

Vantagens do modelo crowdfunding para o terceiro setor

Apesar de as modalidades mais tradicionais de captação de recursos para projetos sociais serem bastante vantajosas, para o proponente ainda existe mais uma opção: o crowdfunding ou financiamento coletivo.

O método do financiamento coletivo ganhou força no Brasil durante a última década e tem se mantido forte mesmo durante a crise econômica ocasionada pela pandemia da COVID-19. Esse sucesso se deve ao fato de as campanhas terem rápido retorno financeiro em plataformas fáceis de usar e sem que seja preciso enfrentar tantas etapas burocráticas.

Possibilidade de captação em novos formatos

O crowdfunding existe de maneira totalmente online. Sendo assim, é esperado que a sua campanha seja vista por um público mais amplo do que o presente nas categorias citadas acima.

Portanto, é importante saber se comunicar com esses possíveis apoiadores e montar um projeto que chame bastante atenção visualmente para quem está habituado com o universo online.

O financiamento coletivo também possibilita a arrecadação de valores em diferentes quantias, com valores que começam em R$1, como aqui na APOIA.se.

Financiamento coletivo recorrente

Outra importante característica da campanha de captação de recursos para projetos sociais é que você pode transformar o apoio em uma ajuda recorrente mensal.

Ele funciona como um clube de assinaturas e o débito é cobrado diretamente na fatura do cartão do apoiador(a). Há também a possibilidade de pagamento via boleto bancário.

Isso faz com que você não precise se preocupar em cobrar os apoiadores todo mês. A plataforma se encarrega de realizar toda a parte burocrática para que você consiga dar atenção máxima a quem acredita na sua causa.

O financiamento contínuo por mês também guarda a possibilidade de elaborar recompensas exclusivas aos seus apoiadores. Elas podem ser um trabalho manual feito pelas pessoas que receberão a ajuda ou ainda brindes exclusivos e informativos sobre o projeto social.

Esse é um jeito de não apenas incentivar doações, mas de manter uma base de apoiadores fiéis ao longo dos meses, o que ajuda você a ter um controle administrativo muito maior e a possibilidade de criar novas vias de apoio para a organização.

Acha que o modelo de financiamento coletivo cabe na procura de como conseguir recursos para projetos sociais? Então não deixe de baixar o nosso Guia do Financiamento Coletivo Contínuo e saiba tudo o que você precisa para criar uma campanha de sucesso!

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Marina Rodrigues

Formada em Cinema e Audiovisual na ESPM, atua como produtora executiva no mercado latino-americano.