O que é empreendedorismo cultural? Conheça o setor no Brasil
O empreendedorismo cultural é limitado pelos recursos que dispomos ao executar um projeto, já que, por definição, empreender é usar recursos para alcançar um objetivo, tirar um projeto do papel e fazer com que ele funcione.
No âmbito da cultura isso se traduz como projetos culturais, que conectam público, artistas, produtores e entusiastas para gerar um impacto positivo para a comunidade envolvida em determinado projeto.
A pesquisadora Maria Amélia Jundurian Corá concebe o que é empreendedorismo cultural como “todas as mobilizações, organizações e dinâmicas que têm a cultura como foco de inovação e desenvolvimento”. Segundo ela, a cultura entra “como objeto central da prática empreendedora”.
A principal característica do que é o empreendedorismo cultural mora no formato de atuação dessas iniciativas. Diferente do empreendedorismo tradicional, que lida com uma gama de produtos ou serviços que são disponibilizados para determinado público, o empreendedorismo cultural age por meio da arte, do trabalho criativo e social.
Podemos entender melhor o que é empreendedorismo cultural ao olharmos para exemplos de projetos e iniciativas que tiveram sucesso em criar um impacto positivo em suas respectivas áreas.
Projetos como o Grupo Borogodó, que trabalha com teatro, produzindo oficinas, festivais e peças que impactam positivamente na sociedade, economia e cultura. Provendo, assim, bens culturais que, dentro da lógica do mercado, são comercializados. Organizações que priorizam esse tipo de capital podem ser consideradas empreendimentos culturais, pois seu foco está em aprimorar e amadurecer o ambiente cultural em que estão inseridas.
Outro ótimo exemplo é o Clube da Laje, que promove apresentações carnavalescas e teatrais nas ruas e viabiliza o trabalho através de uma plataforma de clube de assinaturas e colaborações daqueles que prestigiam os blocos.
Agora que sabemos um pouco melhor do que se trata e o que é o empreendedorismo cultural, vamos descobrir algumas das formas de captação de recursos para a viabilização de projetos culturais.
Principais fontes de financiamento para organizações culturais
Na hora de colocar um projeto cultural no papel, é importante pensar de onde você vai tirar dinheiro para que ele consiga sair do planejamento e gerar um resultado no mundo real. Para isso, existem algumas formas de financiamento.
As mais conhecidas são os apoios por meio do governo e da iniciativa privada, que são historicamente utilizados, por exemplo, no financiamento das escolas de samba. Elas costumam transitar entre as duas formas de financiamento e ainda contam com a ajuda das comunidades para a realização dos desfiles carnavalescos.
Financiamento governamental e privado
No Brasil, o incentivo à cultura é viabilizado pela Lei Rouanet, que permite a empresas e pessoas físicas direcionarem, respectivamente, entre 4% e 6% dos impostos pagos para projetos de cunho cultural.
Ainda por meio da Rouanet, a lei nacional de incentivo à cultura, existe o Fundo Nacional de Cultura (FNC), que é responsável pelo financiamento de diversos projetos culturais por meio de programas responsáveis, como o Ancine, no caso do audiovisual.
Contudo, esses incentivos do governo recaem sobre a iniciativa privada, pois é ela que decide quais projetos culturais serão patrocinados. Isso coloca o fomento à cultura sob as restrições dos interesses de empresas e determinadas classes sociais.
Trabalhar com cultura no Brasil sem dúvida é um desafio, já que os auxílios do governo à cultura tendem a ser direcionados aos interesses econômicos de empresas privadas.
Mas então, dentro da cultura empreendedora, o que se torna uma solução mais objetiva para o financiamento de projetos culturais?
É aí que entra o financiamento coletivo, ou crowdfunding, que traz uma proposta diferente para o que é o empreendedorismo cultural. Em outras palavras, a opção de contar com a ajuda de quem gosta do seu trabalho garante que ele seja conduzido pelas necessidades do próprio projeto.
Crowdfunding: entenda o que é
O crowdfunding é um parceiro essencial dos projetos culturais. A possibilidade de viabilizar um projeto, mesmo que ele não seja interessante para alguma empresa, se torna um processo mais livre, uma vez que dá autonomia às iniciativas por meio de campanhas de financiamento coletivo voltadas para a cultura.
Tá bem, mas como funciona o crowdfunding?
Então, é bem simples: as pessoas que gostam de determinado projeto podem apoiá-lo financeiramente através de uma campanha de financiamento coletivo.
As campanhas de crowdfunding são hospedadas em plataformas que cuidam de diversos processos burocráticos e auxiliam os projetos culturais a crescer junto com as comunidades que os apoiam.
Quem faz parte dessa comunidade e apoia financeiramente a campanha é conhecido como apoiador, essas pessoas são o público-alvo do projeto, e além de ajudarem as iniciativas a crescer, podem receber diversos benefícios a partir do apoio.
Essas recompensas pelos apoios podem variar de acordo com a natureza da campanha, como no caso da Revista Balaclava, que fomenta a cena criativa musical de São Paulo com um crowdfunding cultural onde os(as) apoiadores(as) recebem a revista em casa a cada lançamento e ainda contam com diversas opções de prêmios, incluindo até mesmo ingressos para shows.
Interessou-se por esse modelo de arrecadação? Então que tal criar uma campanha de financiamento coletivo com o melhor site de financiamento coletivo?
Para saber mais sobre o mundo do financiamento coletivo, acesse a Biblioteca APOIA.se e fique por dentro de todas as vantagens do crowdfunding.